Prédio da FAU-USP,1969 (Foto: Marcos Santos)

Quando há um viés humanista na arquitetura e no urbanismo, os projetos ganham novos significados. Foi por trabalhar nesta vertente que Vilanova Artigas ganhou espaço entre os grandes da arquitetura brasileira. Na última terça-feira, 23 de junho, ele completaria 100 anos e o Itaú Cultural presta homenagem a este arquiteto talentoso com a exposição “Ocupação Vilanova Artigas”.

Com mais de 700 projetos, o criador do estádio do Morumbi tem influências contrastantes, mas que coexistem para criar uma linha de trabalho que é só dele. O racionalismo de Le Corbusier – que marca sua produção de 1944 a 1952- e o organicismo de Frank Lloyd Wright encontram-se sob a ótica social de Artigas – refletida em espaços que valorizam o coletivo. Além de criar o prédio da FAU-USP (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo), o arquiteto foi um de seus fundadores, em 1940. Filiado ao partido comunista, foi exilado pelo governo militar, retornando ao Brasil e ao ensino em 1979.

Com curadoria de sua neta, Laura, e do arquiteto Álvaro Razuk, a exposição faz um panorama da trajetória do arquiteto e busca explorar todas suas facetas. Para esse fim, foi dividida em “capítulos”: o arquiteto, o educador e o homem público. A ideia é que o visitante entenda a visão social de Artigas e como suas ideologias permeiam seu trabalho.

Escola Estadual de Itanhaém, 1959 (Foto: Arquivo Fotográfico da Fundação Vilanova Artigas)

A mostra reúne desenhos, fotografias, projetos, plantas e manuscritos originais. Paralelamente, ocorrerão encontros e a estreia do documentário “Vilanova Artigas: o arquiteto e a luz”, dirigido por sua neta. Além disso, a filha e o neto de arquiteto, Rosa e Marco, lançam o livro “Vilanova Artigas (Editora Terceiro Nome), obra que analisa 43 projetos, provocando uma discussão a respeito do percurso do urbanista com base em cinco anos de pesquisa no acervo do autor.