11ª BIENAL DO MERCOSUL: LE PARK
Vai aí a dica de uma das boas obras da 11ª edição da Bienal do Mercosul.
Le Park / Filme / Randa Maroufi, 2015 / no Margs
Nada se move durante os 14 minutos do filme Le Park. A câmera desliza entre os protagonistas — jovens frequentadores de um parque em Casablanca no Marrocos. A violência que eles encenam é refreada pela imobilidade que lhes foi imposta.
A diretora congela os movimentos dos protagonistas e concede à câmera uma fluidez extraordinária. Com este recurso, além de oferecer uma experiência formidável com a tridimensionalidade, ela nos envolve a tal ponto neste estado de latência que é como se nossos batimentos se emparelhassem com os de cada um dos protagonistas dos tableau vivants que inspecionamos junto com ela.
Como observadores em busca de sinais de vida, atravessamos a indolência de uma geração em estado de suspensão, e para a qual não se apresentam grandes perspectivas além da volatilidade da auto representação nas mídias sociais.
Veja o que diz a própria diretora:
“Desejo de questionar diferentes pontos de vista e multiplicar as possibilidades: momentos politicamente carregados, perigo congelado no tempo, instantes antes de agir… entre o imediatismo e a ilusão, o público observa “algo prestes a acontecer” e é convidado a aceitar uma experiência de duração”. (Randa Maroufi)
Randa Maroufi estudou arte no Marrocos e na França. Seu trabalho varia de filme, fotografia e instalações a áudio e performances. Ela examina o uso de espaços públicos e questões de gênero. Maroufi vive e trabalha alternadamente em Tânger e Paris.
O vídeo abaixo é um making-off do Le Park.
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