127 horas
Depois de ganhar um Oscar com Slumdog Millionaire, o diretor Danny Boyle envereda por um drama de uma nota só, mergulhando na recriação de um fato real, ocorrido em 2003, quando um aventureiro ficou preso em uma fenda no fundo do Blue John Canyon, nos Estados Unidos. Boyle é pop desde que nasceu para o cinema com o Shalow Grave. Trafegando no underground desde então, ele é cada vez melhor em atrair grandes públicos com estética de comercial e humor , para então aprisioná-los em condições difíceis. Este morde e assopra, entre a facilitação e a punhalada, é que faz dele um autor interessante. Neste filme, Boyle abusa dos flash backs. A antiga namorada, os pais, e uma possível antevisão de um filho que o personagem teria no futuro, quase fazem do filme um novelão, contado em ritmo e cores de propaganda de algum produto destinado a esportes radicais. Nesta empreitada o diretor conta com uma parceria de peso. Por força do roteiro, o James Franco está na frente da câmara praticamente todo o tempo, e ele xplora com sutileza e entrega raras o que poderia desandar fácil. Faz como faz o diretor, e as insuportáveis horas vividas pelo personagem, um horror que envolve solidão, desespero e mutilação, transformam-se em um ambíguo deleite para o espectador que as divide com eles.
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