30ª Bienal de São Paulo e a Iminência das Poéticas
A edição de número trinta de Bienal de São Paulo abriu as portas para o público ontem, dia 07 de setembro. No pavilhão da Bienal e sob curadoria de Luis Péres-Oramas, 111 artistas e cerca de 3.000 obras estão à disposição do visitante.
O curador avisa no texto divulgado ao público:
A 30ª Bienal aspira contribuir com o estado de uma discussão em permanente iminência de mudança e não pretende, por tanto, afirmar-se com respostas definitivas, ortodoxas, messiânicas.
Com isso, entenda que o espetáculo midiático e grandioso de parte da arte contemporânea não é o que você vai encontrar lá. Mas prepare-se para ver um conjunto assombroso de obras do brasileiro Artur Bispo do Rosário. Sobre ele escrevi isso no ano passado:
Passou a maior parte da vida em um manicômio no Rio de Janeiro. Desfiava a roupa de cama e o uniforme da instituição para transformar o fio obtido em obras destinadas, segundo ele, a ordenar o mundo. Bispo bordava o nome de todas as coisas em um manto sagrado, o Manto da Apresentação, à espera do encontro com Deus. Se não encontrou o Criador, deu um xeque mate na história da arte contemporânea educada ao descer ao último círculo do inferno social, um hospício, e ali realizar o que realizou.
É o curador quem diz que:
A iminência das poéticas, não possui um tema. A articulação das ideias de Iminências e Poéticas é, para nós, curadores da 30ª Bienal, apenas um “motivo”. A diferença entre “tema” e “motivo” é importante: o “tema” é um conteúdo e uma tese; o “motivo” é um pretexto, um aglutinador, o ponto de partida para uma série de perguntas, para o estabelecimento de uma estratégia discursiva.
Por sua vez, foi o presidente da Fundação Bienal, Heitor Martins quem anotou:
Desde a sua primeira edição, em 1951, a Bienal de São Paulo procura investigar a produção cultural contemporânea a partir do ponto de vista de quem está no Brasil, da nossa forma de inserção no contexto internacional. No entanto, ao contrário de outras grandes mostras, realizadas em cidades de populações locais reduzidas, a nossa exposição atua em uma das maiores metrópoles do mundo e em um país cujo acesso à arte e às possibilidades de transformação que esse encontro permite ainda é bastante restrito.
Seja pelo direcionamento curatorial, seja pelo papel que a Bienal representa na cultura brasileira, seja pelo extraordinário Bispo do Rosário, seja para se confundir nos meandros desconcertantes da arte contemporânea, uma das poucas atividades que pode dizer de si mesma que tem o direito de se arriscar a ser ruim (A frase está nas paredes da Bienal) ou pelos outros 110 artistas que estão lá, visitar a Bienal é oportunidade rara.
TRIGÉSIMA BIENAL DE SÃO PAULO
A IMINÊNCIA DAS POÉTICAS 7 DE SETEMBRO – 9 DE DEZEMBRO 2012 PARQUE DO IBIRAPUERA, PAVILHÃO DA BIENAL SÃO PAULO HORÁRIO DE VISITAÇÃO TER, QUI, SÁB, DOM E FERIADOS DAS 9 ÀS 19H – ENTRADA ATÉ 18H QUA E SEX DAS 9 ÀS 22H – ENTRADA ATÉ 21HFECHADO ÀS SEGUNDAS
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