Sangue azul
Em meio ao oceano maneirista das imagens de estilo, este cara aí, o Máxime Buechi lançou a Sang Bleu, um calhamaço de revista que capta os personagens da cultura urbana de um jeito tão cru e honesto, que abriu caminho em terreno minado pela falência de outras revistas impressas.
A publicação é um fenômeno editorial insólito, que emerge do universo da tatuagem e da body modification, entrelaçado com literatura, sexo e arte, outros assuntos que interessam a Buechi e sua equipe editorial.
A revista é um sintoma bem lapidado nesse contexto de ascensão da tatuagem para níveis mais altos de status social, onde replicam outros.
Recentemente, a moda adotou a tatuagem, desconectou-a da condição de ação sem volta e fez dela um signo temporário, devidamente lavável após o desfile. Como reger a impermanência das coisas físicas é algo que a moda sabe fazer bem, digamos que ela está cumprindo o seu papel, e consideremos que o que não fica na pele, no imaginário permanece.
Espere por mais, muitas mais, associações visuais da moda com o mundo fértil das tatoos. E vá arquivando aquelas outras manifestações radicais de modificação corporal: a hora delas também vai chegar. Imagens: Maxime Buechi, capa da Sang Bleu, páginas internas da edição, modelo com tatuagem temporária no último desfile da Vuitton.
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