Alta costura: garotas românticas e afiadas na Dior de Raf Simons
Há quem reclame do minimalismo latente, dos conjuntos exatos e discretos. Quando se trata da performance do Raf Simons à frente da Dior, não vejo nada disso como negativo. O repertório de Simons e a tradição da casa parecem fundidos, na verdade. Mais ainda neste exercício de técnica refinada de construçao de roupa mesclado com natureza de jardim francês. Ou seja, tudo é aparado e arranjado obssessivamente, milimétricamente. A coleção é visivelmente ancorada no rigor técnico. Lembra o salto da bailarina clássica. Ele nos parece desempenhado sem esforço, quando, de fato, é resultado de trabalho árduo. Há vários tipos de beleza. Esta, apesar do tema primaveril, e da revoada de passarinhos multicoloridos, não tem nada de natural. É do tipo que carrega com movimento ágil e um sorriso o peso da disciplina e da civilização. A coleção é cristalina e bonita de doer. Resta saber quanto espaço existe para ela nestes tempos opacos.
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