Rudi Gernreich e o monoquini
Até os 16 anos ele viveu na Áustria, com a ascensão do nazismo na década de 30, partiu para Los Angeles. O trabalho como designer têxtil nos anos 40 lhe abriu as portas para a moda e o interesse pela tecnologia de materiais. A soma das duas coisas fez dele um precursor da onda futurista que explodiu no currículo de André Courréges e Pierre Cardin, e passou ao largo da sua porta. Pelo menos no que diz respeito ao reconhecimento do grande público. Mas este criador com gosto pela polêmica não ficou à margem da história. Mesmo porque nem tinha perfil para isso. Gernreich foi ativista gay quando quase ninguém era, fez barulho com idéias de moda de deixar conservadores de cabelo em pé, e muitos o consideram o mais original e profético dos designers americanos em atuação entre os anos 50 e 70. Retrospectivas do seu trabalho começaram a surgir nos anos 2000. Uma nos Estados Unidos, outra em Berlim. Entre os desenhos que causaram furor, está o monoquini da década de 60 e o pubikini, com abertura para revelar os pelos pubianos. Muito além destes disparos irreverentes, divertidos, mas de fôlego curto, ele tem enorme peso na formatação da estética space age, cunhada na década de 60 e revisitada toda vez que a moda olha para o futuro. Ou seria para o passado? A foto acima, uma cortesia do Fit Museum de Nova York, é do monokini. Abaixo, o monokini retratado na época pelo fotógrafo Willian Claxton. A última imagem é de uma capa da Life de 1967, com Gernreich e duas modelos. A manchete anuncia que “A mini saia veio para ficar. Até a primavera, pelo menos.” A julgar pela avaliação equivocada, os erros de previsão já eram bem comuns naquela época.
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