Um filme de Zachary Heinzerling colocou de novo em cena o pintor –pugilista japonês Ushio Shinohara.  Heinzerling acompanhou o pintor e sua mulher durante 05 anos para fazer um retrato de uma longa relação atravessada pela arte. Noriko também é uma artista. O filme entra na intimidade do casal para esmiuçar uma convivência entre tintas, sacrifícios pessoais, respeito e amor. Shinoara tem um histórico curioso. Migrou do Japão para a América no final dos anos 60, já ostentava há longo tempo um então inacreditável corte moicano e  usava luvas enormes como pincel em trabalhos de grandes dimensões. Pós-Pollock, neo dadaísta, pop, várias possíveis classificações já foram dadas por críticos e comentaristas às performances pictóricas de Shinohara. Sem jamais ter alcançado grande notoriedade, mas sempre presente no circuito, o hoje octogenário vai aos poucos, e aos murros, garantindo seu lugar no panteão da arte contemporânea.

O filme é uma delicada homenagem ao combativo pintor e outro exercício de recuperação do papel da mulher, uma força insubstituível na construção da vida do casal e uma criadora com brilho próprio.

Nas imagens do vídeo veiculado pelo nowness.com, captadas em câmara lenta por Heinzerling, Shinohara esmurra sua tela, no caso uma placa de vidro.

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