Metropolitan quer redirecionar a moda em 2014

Metropolitan quer redirecionar a moda em 2014

6 de setembro de 2013 Moda 0

charles james (3)

Depois de tentar domesticar o punk, o Metropolitan de Nova York volta a navegar em águas calmas. E excelentes. Nada de correr riscos em curadorias midiáticas, bem sucedidas de público e, vamos lá, duvidosas. Que a contracultura chegue ao museu não é problema, mas que ela seja desossada para caber lá, como de certa forma aconteceu com o punk em Chaos to Culture, é complicado. Agora é a hora e a vez da qualidade. Pelo menos é para ela que aponta a escolha da roupa do estilista Charles James como tema da próxima exposição do Museu. Sai o verniz “jovem” e “contracultural” para dar lugar ao luxo criativo do passado modernista. Se isso te parece opção por um rumo conservador, é mesmo. Mas considere que Charles James é também um construtor de roupas do quilate de Dior e Balenciaga. Entrar em contato com a roupa escultórica dele vai valer a pena.

A mostra é outra oportunidade dos Estados Unidos reforçar a imagem daquele que, embora de origem inglesa, provavelmente foi o maior costureiro atuante no país. James morreu na obscuridade em 1978, não colheu grandes celebrações no final da vida, mas o que ele deixou vai se revelando como obra rara, fina e chave. Agora também aos olhos do grande público e não apenas de especialistas e dos longevos que testemunharam em loco a grandeza técnica e criativa do autodidata, nascido em 1906.

O Costume Institute adquiriu a coleção de Charles James, que pertencia ao Brooklyn Museum e já havia sido exposta por lá em 2009. A questão agora é que a enorme visibilidade do Metropolitan deve projetar de vez o nome dele na memória coletiva da moda. Tomara que o contato com a qualidade técnica, e a inventividade furiosa do criador anglo-americano, motivem novas gerações. Uma coisa é certa, em 2014 a moda vai se guiar pela excelência para fazer frente à crise. Não apenas a financeira, mas àquela que ameaça tirar a moda de do pedestal dos fenômenos significativos também para a cultura imaterial.

No processo de pesquisa, Harold Koda e Jan Glier Reeder, curadores do Costume Institute, destacaram a complexidade do pensamento do designer. “Vamos tentar comunicar isso através da exposição, e esperamos que as pessoas saiam da mostra com um maior respeito pelo ofício do vestuário”. “Porque ele é tanto sobre o conhecimento e compreensão dos materiais quanto pode ser matemático, científico e de engenharia.”

A mostra abre em maio de 2014 e fica até agosto.

charles james (1)

 

Imagens Divulgação

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