Em Londres alfaiataria e streetwear encontram o ponto de equilibrio
Não faz muito tempo que Londres estreou uma semana de moda exclusivamente masculina. Durante este período as coleções evoluíram, o número de marcas participantes também. O que é mais interessante é que nesse pouco tempo a semana se tornou uma das mais relevantes no calendário global. Alguns editores e críticos associam o fenômeno à capacidade dos criadores que se apresentam por lá de misturar roupas que são ao mesmo tempo criativas e viáveis comercialmente. Por outro lado, esta natureza binária das ofertas londrina, de um lado com base na alfaiataria tradicional da Savile Row e de outro na avant-garde e no streetwear é vista por alguns como uma característica negativa, impedindo que a semana tenha uma identidade definida.
Este ano, houve uma mudança neste cenário e a produção londrina, em mais uma prova de seu amadurecimento, de forma geral conseguiu encontrar o equilíbrio entre o tradicional e o streetwear inventivo. São marcas que atingiram este equilíbrio que vou mostrar neste post.
A estreante COMMON, dos suecos Saif Bakir e Emma Hedlund, une os dois extremos ao misturar alfaiataria com roupas esportivas. A coleção da marca sueca trabalha com cortes clássicos de alfaiataria misturadas com tecidos tecnológicos, como no overcoat de lã com plástico.
Outra marca que preencheu o espaço entre alfaiataria clássica e a inventividade das ruas foi a Topman Design. Calças de alfaiataria e peças superiores de influência esportiva compõem boa parte da coleção. Casacos, e sobretudos em materiais como PVC também entraram no mix.
A era Thatcher e o espírito de rebelião e revolta do pós punk que marcou o início do seu governo inspirou a coleção da McQueen. Outra marca que alinha algumas peças de alfaiataria com streetwear, kilts e bonitos tricôs.
A Inglaterra dos anos 80 e o pós punk misturado com o início do governo de Tatcher inspirou também a coleção de Christopher Shannon. Embora de maneira menos literal, ele também mistura elementos de alfaiataria com roupa jovem e inventiva.
Londres reflete muito bem o que Eugene Tong editor de moda e stylist da Public School, marca masculina que une streetwear com alfaiataria, ganhador em 2013 do prêmio Swarovski de melhor marca masculina pelo CFDA, mencionou para um artigo no BOF. Nele, ele dizia que o interesse pela moda masculina chegou a um ponto que as pessoas realmente querem algo novo e fresco. Os homens estão descobrindo que se vestir como um italiano todos os dias não é necessariamente o que eles gostariam de fazer.
Imagens WWD
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