O supermercado de todos nós

O supermercado de todos nós

6 de março de 2014 Moda, Opinião 0

chanelNão sou um fã dos mega cenários de desfiles montados pela Chanel no Grand Palais. Particularmente daqueles que amplificam imagens de poder, caso do leão dourado e do globo reproduzindo o planeta, signos velhos e ancorados em ranço aristocrático. Nos deixam de boca aberta e acrescentam pouco ou quase nada depois. Esta volta é para dizer que a equipe da Chanel acertou na mosca ao ambientar o mesmo Grand Palais como um grand marché. As cenas dos convidados avançando sobre as prateleiras ao final do desfile não deixam dúvidas: alfinetaram um ponto sensível. E atual, finalmente. Ao invés de provocar delírios de grandeza, a Chanel correu o risco e abriu o cenário-instalação para que os convidados participassem do espetáculo ambientado em templo de consumo do dia a dia. Deu no que deu. Não se trata de repisar a nota de barbárie, mas da oportunidade de avaliar, pelo sintoma desconcertante, a cultura da qual eu, você, o vizinho e o cara que assaltou o caminhão de sorvete, tombado em uma rodovia no interior paulista, fazemos parte.

 

 

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