A copa das marcas
A campeã da Copa foi a Alemanha, mas a vitória entre os patrocinadores é da Adidas. Muito embora exista um grande componente de sorte no fato de dois finalistas – Alemanha e Argentina – usarem uniformes Adidas, diversos outros fatores não vieram de sorte, mas de ações planejadas.
A primeira e mais evidente foi o novo segundo uniforme da Alemanha lançado em fevereiro e claramente inspirado na camiseta do clube mais popular do Brasil – o Flamengo (com o qual a Adidas tem contrato de patrocínio firmado até 2023). A camiseta lembra, também, o uniforme do Sport Recife, uma das cidades sedes nas quais a seleção alemã jogou na fase de grupos e que tem uma das torcidas mais apaixonadas do Brasil. Num lance bem planejado, a Adidas fechou um contrato de patrocínio com o Sport Recife em maio deste ano, um pouco antes do início da Copa. Esta ação foi muito bem recebida (mesmo entre os que não torcem pelo Flamengo e Sport Recife) e, mais que isso, contou com aliado forte na postura elegante e bem-humorada dos jogadores alemães.
O trabalho intenso da seleção alemã a favor dos patrocinadores está presente também na produção de conteúdo, como o vídeo sobre o dia-a-dia dos jogadores no Brasil com a música “A Luz de Tieta”, de Caetano Veloso. (Posteriormente retirada da trilha por uma ação disparada por Paula Lavigne, empresária do músico).
Do lado argentino, a associação da marca com o maior jogador do mundo – Messi – é garantia de vendas entre os amantes de futebol, especialmente crianças. A mítica camisa 10 Argentina está associada à Adidas desde a Copa de 1990, quando Maradora liderou o time até a final.
O sucesso da Adidas na Copa do Mundo não está ligado apenas ao patrocínio das seleções. A Adidas é patrocinadora oficial da Copa do Mundo e produz a bola da competição, a “Brazuca”, que já vendeu 14 milhões de unidades e tem uma conta no Twitter com três milhões de seguidores. Para se ter uma ideia do que isso representa, é número igual ao da população do Equador em bolas oficiais vendidas. Na Copa da África do Sul, a Adidas vendeu 13 milhões de unidades e já considerava esse número um sucesso absoluto de vendas.
Outras apostas da Adidas também produziram resultados positivos, como a Seleção do México e a da Colômbia, com a figura ascendente de James Rodriguez. Promessa de bons resultados no futuro. Rodriguez, fez três listras em seu corte de cabelo para lembrar o patrocinador:
As ações da Adidas, associadas a uma postura “diplomática” adotada pelo grupo alemão já produziu um resultado: é o segundo uniforme de seleção mais vendido na história.
Em termos de vendas, a Adidas ostenta faturamento de R$ 2,7 bilhões oriundas do futebol em 2014, contra os R$ 2,3 bilhões estimados pela Nike.
Nessa Copa, a Nike não teve sorte semelhante. Sua principal estrela – Cristiano Ronaldo – viu a equipe ser eliminada ainda na fase de grupos. A Seleção Brasileira, um dos grandes trunfos da Nike, sofreu uma acachapante derrota justamente para Alemanha da Adidas.
Fotos divulgação
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