Com repercussão planetária e alta taxa de popularidade em New York, uma performance de Marina Abramovic levou  milhares de pessoas ao Moma em 2010. A artista ficava no átrio do museu, em silêncio e o visitante podia ficar diante dela, uma pessoa de cada vez. Marina  ficou disponível por dias a fio e a performance chamava-se “The Artist Is Present”. Agora ela presenta outro trabalho no qual ela pode estar presente ou não. E você nunca vai saber a reposta a essa questão.

“Generator” é um exercício participativo de privação sensorial que acontece na Sean Kelly Gallery, também de NY, e não depende de presença pessoal de Abramovic. Ela estará na galeria para grande parte da perfomance, e vai participar na ação algumas vezes, mas não de acordo com um cronograma definido. Se ela está no local ou não, não importa para os participantes. Isso porque, para participar, ele tem os olhos vendados e ganha fones de ouvido com isolamento de ruído. Com visão e audição bloqueadas, o participante entra na galeria principal, onde pode haver ninguém ou até outros 67 participantes. Ele pode se movimentar, tocar outras pessoas e ficar por lá o tempo que quiser. Enquanto esta situação é objetivamente a mesmo para todos, cada participante experimenta a ação de maneira diferente.

A apresentação é a primeira solo de Marina em Nova York desde 2010. Tem recebido ótimas críticas e ela volta a atrair atenções e público na cidade.

Em um artigo do NYTimes, encontramos o seguinte comentário: Uma obra de arte de Abramovic sem a presença pessoal e elétrica dela é como café sem cafeína.

Apesar da frase de efeito, não é necessariamente assim, mesmo porque, este não é o ponto, ainda que a reverberação do trabalho anterior possa ser sentida neste. A artista propõe, quem vive a experiência é o expectador.

Marina Abramovic – “Generator” até 06 de dezembro na Sean Kelly Gallery, 475 10th Avenue, na 36th Street, em Manhattan.