Moda e negócios de moda em discussão
É a terceira vez que a Radar tem o privilégio de contribuir com o Dragão Pensando Moda, evento do Senac Ceará que cuida da parte “cabeça” do Dragão Fashion Brasil, sempre levando convidados internacionais. Se em outra edições trouxemos profissionais do velho continente, desta vez a proposta foi realizar um painel da moda de autor aproveitando a experiência de três personalidades do país vizinho. Além deles, participaram Mario Queiróz, Jô Souza, que coordena a pós graduação do Senac Lapa Faustolo, Celina Issa, da Catarina Mina e Phaedra Brasil, do Senac Bahia. Eu me revezei na condição de participante e mediador.
Quanto aos convidados, não conhecia Kika Tarelli. Sabia que era uma das criadoras da semana de moda na Argentina, a BAFWEEK e assistira alguma entrevistas que ela concedera para canais de tevê e para a mídia impressa latino americana. Com ela aprendemos mais sobre conquistas e inevitáveis contratempos no processo de reunir designers, patrocinadores, jornalistas e público e enfrentar as consequências sísmicas dessa ousadia.
Susana Saulquin é socióloga, é educadora, é escritora e é muitas coisas mais que as profissões não descrevem. Teria inveja dos argentinos, não houvesse eu tido o privilégio de desfrutar da sua amizade e convivência já em outras oportunidades. Susana foi diretora de grandes revistas, criou a carreira de moda na Universidade de Buenos Aires e esteve presente em praticamente todos os movimentos fundadores do setor no país de Borges, de quem, naturalmente, é ótima leitora. O que ela entrega quando fala em público é o resultado de um olhar generoso e experiente sobre o universo de roupas, pessoas e os rituais envolvidos no relacionamento entre eles. É realmente bonito de se ouvir, e aqui não me ocorre outro adjetivo. É uma fala que tanto revela quanto protege, sem o menor prejuízo ao juízo crítico e sem o menor dano ao objeto da sua atenção.
Max Iriart é o coordenador da Oficina de Moda do Centro Metropolitano de Diseño de Buenos Aires. Opera com jovens criadores e com negócios de moda. O que ele trouxe, e nos apresentou generosamente, foi um modelo pouco burocrático, e aparentemente nada conservador, de incentivo à produção de moda. Não vou fazer média citando as qualidades do Brasil. No que diz respeito a políticas públicas para o setor de moda a Argentina ganha o jogo fácil. O CMD é visita obrigatória em BA.
A melhor notícia é que, em mais uma estratégia acertada do Senac Ceará, o material gerado nos três encontros, que foi minuciosamente filmado, será editado e vai virar conteúdo passível de ser levado às salas de aula!
Créditos Imagens: Júnior Panela e Júlio Câmara
Compartilhe a sua opinião!
Seu e-mail não ficara público. Campos requeridos estão marcados com *