RuPaul e visibilidade drag

RuPaul e visibilidade drag

28 de maio de 2015 Moda 1
teampeal

Pearl – Finalista 7ª temporada

The time has come for you to lip-sync for your LIFE.

A final da mais recente temporada de RuPaul’s Drag Race é na próxima semana. Desde a estreia do reality show, em 2009, a cada ano o programa aumenta a projeção e público. Hoje é o programa da LOGO TV com maior audiência (6 milhões no começo da sétima temporada). O reality que é uma mistura debochada de Project Runway e America’s Next Top Model é um dos poucos focados em indivíduos queer a chegar ao mainstream. E é um dos únicos programas na televisão americana a falar abertamente da vida de gays e cultura drag.

Embora haja importantes críticas a serem feitas em relação a apropriação para fins comerciais de atributos e características de minorias, de transfobia – you got Shemail -, gordofobia, etc. é necessário também lembrar que vivemos em uma sociedade obcecada por masculinidade, em que mesmo boa parte dos homossexuais almejam aparentar ser homem a todo custo. Esta herança de séculos de dominação masculina contribui fortemente para a ridicularização de atributos considerados femininos, havendo preconceito inclusive dentro da própria comunidade gay em relação a homens afeminados ou que adotam itens e características consideradas femininas.

Programas como este abrem espaço para que os mais diversos públicos possam presenciar uma visão mais equilibrada da comunidade gay. Trazendo à tona não apenas homens que se vestem de mulheres, mas estes homens como seres humanos, com seus problemas, as dificuldades em sair do armário e encontrar amor próprio – If You Can’t Love Yourself, How the Hell Are You Going to Love Somebody Else? –  e até suas lutas contra o HIV. Este espaço dado a este público humaniza os indivíduos, sensibiliza mais pessoas e também contribui para a aceitação da cultura Drag não somente pelas massas, mas também pelos próprios gays.

RuPaul’s Drag Race é considerado um fenômeno da cultura contemporânea. Foi renovado para mais uma temporada, teve seus direitos de exibição vendidos para diversos países como Alemanha e Brasil (será exibido no Multishow em horário nobre), e está para ganhar uma versão própria no Reino Unido. O reality extrapola as barreiras da televisão contribuindo para o aumento, nos últimos anos, do interesse em shows de Drag Queens na Europa, África e nas Américas. Participantes de todas as edições são convidadas para eventos, shows, performances nos mais diversos países como o Brasil, que só nos últimos anos já trouxe boa parte das Drags do reality para casas noturnas das principais cidades do país. Como disse RuPaul para a Vogue, estamos vivendo na era de ouro da cultura Drag e boa parte disto graças a Ru. Então, Gentlemen, Start Your Engines! and May the Best Woman Win!

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