Dior and I: A moda como um ato de sensibilidade

Dior and I: A moda como um ato de sensibilidade

25 de agosto de 2015 Moda 0

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Quer recuperar um pouco daquele gosto por moda banalizado pelas idas ao shopping? Quer dissipar o sabor ácido da noticia sobre trabalho escravo envolvendo sua marca preferida? Então assista Dior and I e veja como ainda se pratica este ato antigo que é fazer um vestido com humanidade e delicadeza. A experiência pode ser, no mínimo, terapêutica.
O documentário acompanha a primeira coleção de alta costura que Raf Simmons fez para a Maison Dior. Não espere grandes voos cinematográficos, nem tampouco um documentário no sentido isento deste gênero de cinema. Afinal de contas é uma peça corporativa encomendada pela Dior. E a marca manteve o controle sobre a edição até o final.
Simmons, por exemplo, aparece como o profissional comprometido e rigoroso que ele realmente é, se emociona e reluta em lidar com o assédio e com as exigências de contato com imprensa. Por outro lado, acata a presença da câmera que registra tudo sem dar sinal de se incomodar com ela. Longe de ser um problema, a desenvoltura de Simmons no que diz respeito à participação na narrativa apenas expõe o componente dramático-ficcional-publicitário adicionado ao trabalho. No único (vamos chamar assim) momento de tensão entre ele e a Maison, ambos saem devidamente bem representados. Amenidades à parte, é uma bela coleção a que vemos tomando forma. Entretanto, o maior valor deste filme está mesmo é no registro dos procedimentos e aflições dos profissionais empenhados em criar as roupas.
A Dior é uma casa veterana, tem um batalhão de gente envolvida e, ainda assim, estão lá todos os motivos pelos quais é tão possível gostar de moda. Entre eles, técnicas que exigem alto grau de sensibilidade, aperfeiçoadas lentamente e preservadas até hoje. Sabe-se lá como. Diante das câmeras, elas são empregadas em roupas concebidas e executadas com emoção genuína, por pessoas de rostos e histórias reais (ainda que apenas esboçadas) algo cada vez mais raro.
Acrescentando ao que já havia dito, a experiência que pode ser terapêutica é, sem dúvida, um privilégio.

Estréia dia 27 de agosto no Brasil.
Dior and I, 2014. Direção: Frédéric Tcheng.

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