Fotografando nas ruas em NY
Trabalhando com moda há vinte anos, esta foi minha sexta fashion week fora do Brasil, a primeira em Nova York. Isto porque os períodos de viagem de pesquisa nem sempre coincidem com as semanas de moda. A experiência em Nova York foi diferente de todas as outras. Pela primeira vez me dediquei intensamente a fazer fotos do street style.
Nesta edição, as passarelas não apresentaram nada de muito especial, mas as ruas ferveram como sempre. Observar como as pessoas se vestem nas cidades sempre foi uma parte importante de minhas viagens de pesquisa. Amo styling, e acho uma delícia ver como as pessoas misturam peças, acessórios e marcas, criando sempre algo original. É o fim de uma cadeia que começa, lá atrás, com a pesquisa de moda.
Na realidade, o mais correto seria dar o nome a estas imagens de “estilo dos frequentadores de fashion weeks”. Afinal de contas, são eles que ficam na mira dos fotógrafos. Na prática, anônimos e celebridades se preparam para o momento e os looks são cuidadosamente selecionados para capturar o olhar dos profissionais. Nada é 100% improvisado e as cenas são razoavelmente arranjadas, apesar de acontecerem nas ruas e em meio ao corre-corre dos desfiles. Há também os que levam a extremos a noção de produção, liderados por Anna Dello Russo, naturalmente. De toda forma, nada disso invalida a noção de estilo das ruas, apenas relativiza a ideia e indica que boa parte das imagens pede por um olhar menos ingênuo.
Em NY, rola alguma extravagância, mas o que impera mesmo é o conforto e a incrível capacidade do nova-iorquino de se vestir como se estivesse pronto para toda e qualquer situação.
Descobri coisas interessantes, como um código de etiqueta que existe entre os fotógrafos que cobrem o evento. Se um fotógrafo monta uma cena, ou seja, escolhe o fundo para fotografar alguém, os outros podem usá-la. Mas é sempre importante agradecer ao fotógrafo que a montou. Usei várias cenas de outros, mas também montei cenas que foram utilizadas por outros que, da mesma forma, agradeceram. Sem problemas. Ser gentil com todo mundo é regra para vida inteira, mas na correria de uma semana de moda faz toda a diferença.
Claro, me senti um pouco constrangida com minha Canon EOS 60D. É uma ótima semi-profissional, mas parecia mais uma máquina de criança perto das super-máquinas do pessoal que cobria o evento.
Com o dólar beirando os R$ 4, muitas das coisas que eram acessíveis aos brasileiros, em tempos de dólar a R$ 2, ficaram com preços para além de proibitivos. Isso não tira em nada o prazer em viajar. São necessários ajustes, preparação e alguma renúncia, mas ainda nos permite explorar as coisas simples da cidade como parques ou optar entre se gastar 20 dólares em uma salada grega ou em uma entrada de museu.
Mesmo com todos os atropelos, e com o dólar castigando, amei a experiência! Convido você a navegar pelo resultado. Confira as 06 edições montadas com as imagens que captei em Nova Iorque, exclusivas da Radar. E veja também uma seleção de imagens de alguns desfiles que tive a oportunidade de assistir.
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