Arte fora do eixo
Emily Kngwarreye, artista aborígene australiana da comunidade Utopia, no Território do Norte, nasceu em 1910 e morreu em 1996. Ela é uma das artistas mais importantes da história contemporânea da arte indígena australiana.
A formação artística aconteceu em função da preparação para os cerimoniais indígenas. Aprendeu técnicas ocidentais juntamente com o resto da comunidade, inicialmente através do batik. Mais tarde, passou para pintura em tela. Curiosamente ela só começou a pintar a sério quando estava perto dos 80 anos. Em 1988 seus trabalhos ultrapassaram as referências originais, enveredando pela abstração em traços fortes e chamaram definitivamente a atenção dos críticos.
Muitos já teorizaram sobre arte produzida fora dos contextos tradicionais. Vale citar trechos do manifesto Art Brut, de 1947, do artista e curador francês Jean Dubuffet.
“Entendemos por Art Brut a arte produzida por pessoas não influenciadas pela cultura artística”.
“Estes artistas derivam tudo de suas próprias profundezas, e não a partir das convenções da arte clássica ou moderna.”
Em seu livro de 1972 defendendo a Art Brut, Roger Cardeal cunhou o termo Arte Outsider:
“Eu acredito que um fator primordial na definição crítica do outsider criativo é que ele ou ela deve ser dotado de um impulso expressivo e deve então externar esse impulso de uma maneira que desafia a contextualização histórico-artístico convencional.”
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