Semana de moda de Londres Inverno 2017
Boas marcas londrinas anunciaram recentemente o encerramento das atividades. Entre elas, Jonathan Saunders, Marios Schwab e Richard Nicoll, provocando ainda mais a discussão sobre a dificuldade de marcas independentes continuarem em operação, principalmente em Londres. Em tempos de frenética aceleração da indústria de moda e com grandes marcas como Burberry e Tom Ford adotando estratégias de venda diretamente da passarela para o consumidor, o fechamento de marcas menores e independentes alimentam as discussões sobre o futuro da moda, não só inglesa, mas a ocidental como um todo. Dito isso, é evidente nesta temporada da Semana de Moda de Londres que a cidade se divide entre a efervescência criativa e a necessidade da venda rápida.
Do lado da venda rápida, a Burberry, que recentemente unificou todas as marcas em uma e adotou a estratégia de venda straight-to-costumer, apresentou uma coleção inspirada em David Bowie, com lantejoulas, lamê, jacquards reluzentes e python brilhantes. O resultado são roupas que atraem o olhar, mas que não exige muito pensamento e análise sobre. O que é ideal para este novo rumo da marca. São roupas que você vê e deseja na hora, talvez você as compre e é isso. Nada mais.
Fazendo um grande desvio para o universo Pop, Mary Katrantzou desfilou uma coleção repleta de cores, corações, estrelas, borboletas, arabescos coloridos e iconografias do Pop (com direito a imagem de Andy Warhol). Um caminho totalmente diferente do de marcas como Christopher Kane. O designer baseou a coleção na ideia de decomposição, de morte e beleza expirada, jogando com noções de desconstrução, camadas, volumes, texturas e estampas.
Também com ares sombrios e bonitas estampas florais, a Preen entregou uma coleção soturna. A inspiração nas Sitwell Sisters é traduzida em um grunge que é, ao mesmo tempo, decadente, poético e extremamente feminino.
Quase que saindo de um conto de fadas, o inverno da McQueen é fantasioso e fantástico. A coleção da Sarah Burton para McQueen, nos levou por uma trajetória encantada iniciada com looks sóbrios e masculinizados, chegando ao ápice final com muita organza e elementos ultra femininos.
Para fechar, temos J.W. Anderson que gosta de trabalhar com a ideia de transformação. O designer que iniciou a carreira como marca independente e hoje faz parte de um grande conglomerado francês, sempre nos encanta pelos jogos de proporção, pelas texturas e pela mistura lúdica e peculiar que opera sobre as roupas. Nesta temporada J.W. explorou ondulações, babados, dobras e rufos obtendo um excelente resultado em uma das melhores coleções da estação até o momento.
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