EM MILÃO, MAIS É MAIS

EM MILÃO, MAIS É MAIS

2 de março de 2016 Moda, Opinião 0

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Nesta temporada em Milão, o maximalismo e a hiperdecoração atingiram seu grande momento. Uma combinação de mix e não match e sobreposições com um único objetivo à vista: quanto mais estranho o look, melhor. Muitos editores tem  chamado esta de “a mais esquisita das edições da semana italiana”. Isso porque, até pouco tempo atrás Milão era sinônimo de sensualidade, exuberância e valorização do corpo a lá Roberto Cavalli, Gucci, Versace e outras casas tradicionais . Entretanto, parece que o jogo virou. O efeito Michele/Gucci está transformando a moda italiana e muitas marcas estão embarcando na onda the freakier the better.

Dando o pontapé inicial na semana, a Gucci, que desfilou no primeiro dia, misturou referências à rainha da França Catherine de Medici e a silhueta renascentista do século 16, com elementos dos anos 1970/80 e lindos grafites em casacos e jaquetas, tudo isso sob o estilo já inconfundível de Michele.

Outras marcas que seguem o tom maximalista com elementos decorativos são Etro, Antonio Marras, que fez um bonito desfile – beirando o terreno da roupa-fantasia – e Dolce & Gabbana, que acrescentou brilhos e ainda mais elementos decorativos como recurso para mascarar coleções que parecem sempre a mesma coisa.

Para quem seguiu por outro caminho, outra grande aposta foram os padrões gráficos. Marcas reconhecidas por trabalhar com o recurso acertaram na dose para o Inverno. Entre elas, Salvatore Ferragamo, Missoni, Iceberg e Sportmax.

Também tivemos o belo desfile da Prada, repleto de camadas, jaquetas utilitárias e elementos dos anos 1940.

Anos 1940 estiveram presentes também na beleza do desfile da Marni. Consuelo Castiglioni apresentou uma das melhores coleções de Milão através de sua interpretação bem particular do glamour italiano, repleto de cores, volumes e texturas.

Em meio a toda essa combinação de valores italianos, de Gucci a Marni, há também aqueles que optam por seguir o caminho oposto, sem afetações, sem referências glamourosas ou guccianas. Entre estes, Jill Sander, com a sutileza minimalista, e Damir Doma, com a desconstrução da alfaiataria misturada com elementos andróginos. Ambas deram um show.

No saldo geral, parece que Milão está atingindo um ponto de mudança positiva, após vários anos sem trazer muitas novidades.

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