Casa de Criadores dá fôlego à moda brasileira
A enorme visibilidade que a Casa ganhou nesta temporada, pondo a mídia especializada para correr atrás das novidades que rolaram por lá, não foi mero acaso. A Casa de Criadores foi como um respiro em meio à falta de criatividade e entusiasmo que ronda a moda. Bons desfiles de marcas com DNA jovem esquentaram os ânimos, no melhor dos sentidos, ao trazerem conceitos de desconstrução e discussão de gênero para a passarela. Tem alguma luz nesse horizonte.
Com um corner fixo no salão Cubo, em Porto Alegre e comemorando um novo momento comercial a marca gaúcha Ocksa foi responsável por um dos melhores desfiles do evento. As peças jogam com diferentes shapes de silhueta e trabalham a assimetria, tudo traduzido em materiais muito bem escolhidos. O cuidado com cada detalhe é um sinal claro de como a dupla de criadores amadureceu. As costuras aparentes, os aviamentos, as “descosturas”, em tom de desconstrução permeiam todo o trabalho com um resultado final fresco e contemporâneo.
Weider Silveiro propôs um verão enxuto que, de acordo com ele mesmo, mistura-se com guarani, hip hop, guarajara em proposta agender pataxó. O resultado é uma bonita coleção: minimalista e brasileira.
Também com linha agender, como Ocksa e Weider Silveiro, a Ben fez mistura de streetwear com esporte sob o tema do encanto infantil com o universo presente de forma sutil em estampas e elementos pontuais. Seguindo a linha do streetwear esportivo, Diego Fávaro misturou peças utilitárias com referências de motoqueiros Harley Davidson. É eclético sim. Mas funcionou.
Outros bons momentos ficaram por conta de Ale Brito, que trabalhou com referência nas artes marciais, dos tricôs e jacquards coloridos da Gabrielab, e de Rober Dognani comemorando os 400 anos de morte de Shakespeare, misturando século XVIII e punk. Valeu!
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