Angela Luna trabalhava com técnicas de bordados para vestidos de festa. Até entrar em contato com a causa dos refugiados sírios. A partir daí, a então aluna da Parsons decidiu dedicar sua pesquisa final de curso à criação de uma coleção que pudesse ter um impacto real na causa.

Luna realizou uma extensa pesquisa, entrou em contato com a ONU e fez contato direto com envolvidos na questão. O resultado foi uma coleção pensada para os refugiados sírios, não sobre eles. Claro, representação é importante, mas, nesse caso, no papel de uma “menina branca estudante da Parsons”, como ela mesma se coloca, a maior contribuição para os refugiados seriam roupas que de fato considerassem suas necessidades.

A estudante criou uma coleção de 7 casacos multifuncionais de tamanho único e sem gênero. Eles transformam-se em barraca, saco de dormir, mochila e até coletes salva-vida e suporte para carregar crianças. As peças são feitas em materiais impermeáveis e resistentes. Luna sabe que essa não é a solução para a crise da Síria, muito menos para  todos os problemas que os refugiados enfrentam, mas ela espera que as roupas possam de fato ajudar a facilitar a vida dessas pessoas. A estilista já recebeu propostas para produção das peças e  definiu que uma parte da renda obtida será destinada para produzir versões mais simples e utilitárias que serão doadas para os maiores interessados na questão, os próprios refugiados.

O trabalho de Angela Luna está alinhado com a forma de criar de criadores que pensam em novos usos para o design das roupas. Eles aproximam a moda da realidade usando-a como instrumento social e consideram, também a parcela de responsabilidade com questões de sustentabilidade.

Que venham muito mais Lunas entre os novos designers!.