5 anos de ASAP
A ASAP fez um desfile para convidados na BeatsStudio no último sábado 18 de junho, em Porto Alegre. Os iniciados na cena da moda local já conhecem as peças da ASAP. Um dos sócios, Sérgio Amaro, toma o próprio corpo como referencia para a modelagem. A estratégia tem a ver com a postura de não diferenciar gêneros. E é o que ele faz, operando com desenhos e matérias-primas que deixam de lado as técnicas de construção e ajuste que, ao longo da história, permitiram que a moda diferenciasse os corpos desenhando-os nas suas particularidades.
Deixando essa herança de lado, o que interessa à Asap são as muitas conformações que as roupas possam tomar ao serem usadas. Independentemente de quem use, interessa como o tecido pende, como o comprimento, as formas e recortes se modificam e como cada usuário interpreta a peça.
Tem um coeficiente de acaso nessa roupa pouco construída. E tem herança dos japoneses históricos. Diante dela, pode-se falar em minimalismo. Mas essas são alegações comparativas, formuladas a partir de referenciais que não explicam porque a marca é tão carismática e pareça ter tanto a dizer ao seu tempo (e ao seu público crescente).
O tecido em suspensão, em repouso ou em movimento, os cheios e os vazios criados pelos cortes que ignoram a anatomia ou dão novos acessos a ela: este é o repertório da ASAP. É com ele que a marca opera. É possível alegar que falta maturidade técnica à ASAP. Sobre esta alegação eu diria que ela é verdadeira. E acrescentaria: felizmente! Não apenas porque seria prematuro exigir isso de uma marca tão jovem. Mas porque neste momento da moda interessam mais outros fatores que uma técnica consolidada. Autenticidade por exemplo. E coragem de correr riscos.
É o que está em falta no mercado e é exatamente o que a ASAP entrega. Com sobra.
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