Ilustradores excelentes do Rio Grande do Sul
A ideia de que a historia pode ser míope quando escrita exclusivamente sob a influência dos grandes centros, se confirma aqui. Pelo menos até que um projeto como este fura o bloqueio e conduz a atenção para preciosidades menos conhecidas de um determinado campo. No caso, o da ilustração produzida no Brasil no século XX.
Nenhum descrédito quanto a ilustradores que frequentaram publicações radicadas em São Paulo ou Rio de Janeiro no mesmo período e ganharam repercussão nacional. A questão é que estes ilustradores que o Museu de Arte do Rio Grande do Sul apresenta na exposição A Modernidade Impressa – Artistas Ilustradores da Livraria do Globo, deveriam chegar a um público maior e passar direto à lista dos grandes.
A exposição é uma grata surpresa. Já na entrada um texto em um painel avisa que a marca Globo, neste caso, não tem nada a ver com a emissora da família Marinho, mas com a editora gaúcha fundada em em 1883, responsável por lançar no mercado escritores como Érico Veríssimo e Mário Quintana e por traduções pioneiras de Thomas Mann, Virginia Woolf, Huxley e Faulkner.
Os trabalhos do começo do século XX chamam a atenção pela simultaneidade com movimentos globais. Ilustradores como João Fahrion, de traço ágil e essencialmente moderno, ou Sotero Cosme, irreverente e sombrio, são excelentes. E haviam outros muito bons na equipe. Trata-se de um material raro e valioso. Vale o registro e vale a visita.
Estão exibidos lá ilustrações originais, imagens impressas, cartazes, desenhos, gravuras e pinturas. Todo o material é resultado de pesquisa realizada pela jornalista e historiadora Paula Ramos. Além da mostra, o projeto conduzido por ela rendeu um livro contemplado pelo edital Petrobras Cultural 2012 – Memória das Artes com patrocínio também da Petrobras.
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