Volumes em alta voltagem em Paris
Enquanto Milão determina a superfície da moda, ou seus aspectos imediatos, Paris opera nos seus fundamentos e estruturas.
Em sintonia com esta escola e reforçando este histórico, duas linhas de influência devem comandar os rumos da moda que vem por aí. O sinal foi dado ao longo dos dias de desfiles.
Estamos falando das exposições dedicadas a obra do espanhol Balenciaga – Museu Bourdelle em Paris e Victoria & Albert em Londres – e da mega operação montada pelo MET em NY para exibir a extraordinária Comme des Garçons, de alma japonesa na origem.
Mestre da construção e dos volumes, o espanhol ainda espalha sua influência. A semana francesa não deixa dúvidas quanto a isso. A entrada de Gvasalia, da Vetements, no comando da casa rendeu uma química particular, ampliou e rejuvenesceu essa influência com os básicos extraordinários introduzidos pelo novo diretor criativo.
À sombra dos volumes da Comme des Graçons, da Balenciaga original e contaminada pela irreverencia de Gvasalia, capaz de transformar streetwear em couture, o saldo de Paris reúne a sofisticação habitual com o casual mais refinado e abusado das últimas estações.
Não são poucas as marcas que desfilaram em Paris que exploraram aqui e ali ou em boa parte da coleção uma moda que se projeta do corpo e aumenta as medidas na modelagem. Mas esta é uma observação que resulta da necessidade encontrar linhas gerais em um mar de diversidade. É pertinente, mas não abarca tudo que rolou por lá.
Complementando, selecionamos algumas marcas fortes, resumimos a proposta delas ao mínimo de palavras e deixamos que as imagens falem por si.
Divirtam-se.
Dior
A tentativa de Maria Grazia Chiuri de deixar tudo azul na Dior não foi recebida exatamente como ela queria. Sob críticas, agora é ver como a coleção se sai nas lojas.
Martin Margiela
Galliano tem levado a construção de cada coleção a um nível extremo de experimentação. E ele sustenta o lugar incomum da Margiela no universo da moda sem sinal de debilidade. Isso ninguém pode negar.
Louis Vuitton
Ghesquiére segue imprimindo uma poderosa e bem sucedida receita de roupa prática à tradição da Vuitton. Mas há sempre um espírito sugestivamente indomado por trás da fórmula.
Dries Van Noten
Não é de hoje que ele mistura estampas como todos querem fazer. A coleção é um espetáculo visual e uma tentação para o tato. Cores e texturas de encher os olhos e as mãos em remix exuberante da própria obra.
Sacai
Na Sacai é tudo uma questão de transformar o familiar, em algo desconhecido, incomum. Tem sido este o impulso do trabalho de Chirose Abe, e é o que tem conduzido a marca a ótimos lugares .
Fenty Puma
Rihanna conduz a evolução da marca para regiões bem menos comportadas. Oxigena o esportivo com peças amplas do streetwear, reconfiguradas, ressignificadas. Puro desejo para uma nova geração.
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