Em algum lugar do passado
A Aesop é uma marca australiana de produtos para cabelo, pele e corpo que só usa ingredientes botânicos e já nasceu sob o signo da onda ambientalista. O projeto da loja aberta recentemente em Singapura conta com 30 km de fibra de coco dependuradas no teto. Combinada às tonalidades claras e aveludadas do ambiente, as fibras ajudam a criar um efeito despretensioso, confiável e aconchegante, colado na identidade da marca.
A luminária de prancheta de metal, ganhou esta cara nova com o uso da madeira. O studio Rooms assina este projeto de fina execução, que reembala um desenho clássico com o apelo vintage-afetivo-ambientalista do novo/velho material.
Este é um telescópio com todas as vantagens que a ótica moderna pode oferecer, ainda que não pareça e esta ilusão, que poderia ser depreciativa no passado recente, hoje seja vantagem. Outra vez é a madeira que desempenha este papel de antídoto contra uma possível frieza tecnológica e esquenta a relação com o objeto, que tem as mesmas medidas do que foi criado pelo Galileu. No caso, vale dizer que o do Galileu também era de madeira e este é uma recriação nos mesmos moldes em homenagem aos 400 anos do original. É do Odoardo Fioravante e foi desenvolvido para Palomar-AYL.
Aqui e ali e cada vez em maior número surgem exemplos como este. Eles deixam de lado qualquer pátina tecnológica futurista para adotar outra, ancorada em aspectos e técnicas que apelam para a natureza e para a eficácia de soluções do passado. Como em todas as áreas em que as aparências contam, há vários níveis de adoção desta tendência. Há casos em que as medidas são efetivas, e soluções simples e varridas para fora dos interesses comerciais são recuperadas em boa hora. Noutros, a onda bate mesmo só na superfície, ou invoca a nostalgia, que nunca é muito consistente, mas é interessante ver como a coisa se desdobra e impacta a arquitetura e o design em várias áreas. As imagens são da Aesop e da Rooms, a do telescópio é da Emanuele Zamponi e todas elas são downloads do yatzer.com
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