Pitti Uomo: Off-White e Jenny Holzer
Outro grande desfile na Piittui Uomo – no sentido de espetáculo – ficou por conta da Off- White comandada por Virgil Abloh.
Ele convidou Jenny Holzer, artista norte americana, a projetar uma série de poemas anti-guerra em palavras de dois metros de altura na fachada do Palazzo Pitti e soltou seu desfile diante da mega projeção. Com direito a iluminação dramática e trilha sonora operística.
A sugestão de colaboração partiu de Abloh. Holzer, que já conhecia o trabalho do estilista, ficou intrigada com a proposta e aceitou. Não foi a primera vez dela em algo semelhante. Em 1996 ela colaborou com Helmut Lang também em uma instalação.
Ela e Abloh trabalharam via e-mail, com troca de texto e participação intensa de seus respectivos assistentes. Os fragmentos de poemas projetados falam de guerra e da experiência dura de refugiados no mundo contemporâneo, bem alinhados com o tom político que atravessa boa parte da moda atual.
Para Abloh, a Off-White nunca foi simplesmente uma marca de roupas, mas um veículo para inúmeras ideias. “Para mim, é uma plataforma para fazer arte e representar outras coisas. Estou usando minha plataforma para empurrar as coisas em uma direção um pouco mais utópica”.
As silhuetas são inegavelmente bonitas, mas lembram o que Raf Simons já fez com o banal e com a moda de rua. Activewear, clima clubber e materiais experimentais fecham a receita Os calçados, em colaboração com a Vans, são um capítulo a parte. E interessante.
O desfile grandioso e o discurso de Abloh, bastante divulgado na imprensa, têm algo de pretensioso. A coleção, mesmo cheia de bons momentos, sai encolhida diante de ambos, da encenação grandiosa e da fala do autor, que superdimensiona o papel da roupa e dele próprio como criador.
Confira abaixo algumas fotos do desfile:
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