Em Londres: God save the queens!
Enquanto a semana de Londres apresentava suas armas para o próximo Inverno, dois eventos catalisaram as atenções na cena britânica. No primeiro deles, a Rainha em pessoa deu as caras no desfile do jovem talento Richard Quinn. No segundo, circulou o anúncio da morte de Judy Blame, um ícone contra cultural da cena inglesa.
O que a visita oficial de uma autoridade a uma semana de moda e a notícia da morte de um profissional da área tem para nos dizer? Essencialmente, são fatos que, cada um à sua maneira, dão testemunho de como uma determinada cultura encara a moda.
A suprema autoridade simbólica do país vai até lá e endossa a coisa toda. Não no registro do luxo ou das grandes estrelas do setor: Quinn é o vencedor de um concurso de jovens talentos. Judy Blame tem histórico na contramão da asséptica agenda neoliberal professada pelos atuais apóstolos da moda como negócio. Foi sempre herdeiro do punk, gay de carteirinha e um criador de imagens e objetos pouco ortodoxos. Transitou pela moda como arena de criação e de combate entre o velho e o novo, entre o conservadorismo e a transformação como medida de qualidade.
A Inglaterra celebrou seu trouble maker em vida e na morte. Blame deixa um legado de imagens com esta potência aí abaixo. A Rainha, por sua vez, carimbou de forma indelével a carreira de Quinn, um criador de imagens como a que abre o post.
Tem algo de bom acontecendo no Reino da Inglaterra.
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