GALERIA ALICE FLORIANO LANÇA CATÁLOGO DE JOIA CONTEMPORÂNEA

GALERIA ALICE FLORIANO LANÇA CATÁLOGO DE JOIA CONTEMPORÂNEA

23 de fevereiro de 2018 Design 0

Fisicamente pequena, a Galeria Alice Floriano, que tem espaços em Porto Alegre e São Paulo, é uma proposta maiúscula na cena criativa brasileira. E não apenas no que diz respeito à joalheria contemporânea, mas à moda e ao design como territórios de experimentação. A afirmação se justifica por algumas características singulares da galeria. Em primeiro lugar ela exibe com regularidade (em um ambiente cultural e de negócios que não é dos mais favoráveis no momento) peças de uma lista de criadores de diversas partes do mundo selecionados exatamente pela investigação pouco ortodoxa.

É corrente no design contemporâneo de joias o emprego de materiais banais, a investigação formal livre de regras e o abandono do virtuosismo técnico em favor da expressão original. Até aí tudo bem. A diferença, no caso é dada pela diversidade e coerência da seleção da galeria.

É possível conferir o trabalho no site, mas o lançamento do primeiro catálogo da Alice Floriano, ocorrido dia 22 de fevereiro em Porto Alegre, dá um passo a mais na apresentação do front da criação de joias contemporâneas para o público brasileiro.

Batizado de Um, o catálogo traz uma seleção de joias vestidas por um grupo de convidados, amigos, frequentadores, colaboradores e clientes. O resultado é espartano como peça gráfica – formato e papel básico, folhas soltas, diagramação sem firulas – e potente como veiculador de ideias manifestas em joias de latão, vidro, resina, espuma de poliuretano, papel, tecido, diamante, carvão, nióbio e cogumelos.

Em momento magritiano, a portuguesa Cristina Filipe minimiza o objeto e sua condição material para exibir a frase isto é uma joia sobre um quadrado de alumínio anodizado. Telma Simão, também de Portugal apresenta um colar solúvel em água.

A investigação formal e o realismo cru dos materiais cuidam de informar e de tocar a sensibilidade de quem ainda se espanta com esta maneira irrestrita, mas nem por isso menos criteriosa, de incorporar a identidade original das matérias primas. Outro ponto que importa é a abordagem de objetos de uso e consumo como mediadores de sentidos. Joalheria também pode ser resistência, é o que a Alice Floriano anotou em texto no catálogo.

As fotos são da Letícia Remião, os figurinos da Rô Cortinhas e os vídeos do Cristiano Bins e da Letícia Remião.

Acima: 01 Cristina Filipe – Portugal – Coisa (para se usar presa à roupa) – 02 Angelos Konstantanakos – Grecia -Timeless summer stories Abaixo: Alice Floriano, Manuela Falcão, Sergio Amaros

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