Andy Wahrol, o Mr. America
Em entrevista ao curador da mostra Mr. America, em cartaz em São Paulo, o artista John Baldessari comenta que Wahrol abriu as porteiras, e para o bem ou para o mal não há mais como fechá-las. E é por esta porteira que a obra do Wahrol, o cara que trouxe o banal para dentro da arte, migra para o lado de lá, transitando entre as maiores e mais importantes coleções de arte e os bric à bracs de feira das pracinhas dominicais.
Este vai e vem aparentemente indiferente estava nos planos de vôo dele. Entretanto, Wahrol se foi, o mundo continuou girando, e um dos grandes trunfos da exposição que fica na Estação Pinacoteca até 23 de maio, e é excepcional por ela mesma, é o mundo à volta. Particularmente a nova America, pós Obama e póscrise. É uma experiência acachapante entrar em contato com a obra do artista em quase toda sua extensão, ou seja, além das marilyns e jackies eternizadas nas t-shirts, com filmes, instalações e as séries sombrias que retratam acidentes e suicídios. E é uma oportunidade rara essa de justapor os Estados Unidos de hoje àquele que Wahrol, com expressão inalterada de boneco de ventríloquo retratava na sua época.
Nas imagens: Empire, 1964; Blow Job, still de filme; 1964; Marilyn Monroe, 1967; Self Portrait in Drag Queen, 1980.
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