Phil Collins na Bienal de Berlim
Da Bienal de Berlim, já falei um pouco da linha curatorial adotada pela Kathrin Rhomberg, e também do trabalho do Michael Schmidt. Hoje é a vez do Phil Collins, diretor de filmes, fotógrafo e entrevistador.
O assunto para o qual ele vira suas lentes, sejam cenas banais como estas, ou testemunhos em torno de experiências sociais, tem tanto peso quanto a investigação sobre a relação que estabelecemos com a câmara.
Em 2005, para a Bienal de Stambul, ele convidou pessoas que se sentiam prejudicadas por terem participado de programas de TV (do tipo que oferece processos de transformação pessoal) e organizou uma conferência para que elas pudessem prestar depoimentos à imprensa. Outros trabalhos dele acontecem em regiões onde há grande tensão social. Em 2008, Collins realizou uma série de entrevistas com servo-croatas, colhendo depoimentos sobre as razões que os levam a não usar a própria língua. Note-se que os depoimentos foram dados em servo croata.
Ao eleger a realidade como tema, a Bienal de Berlim afunilou o significado da palavra em recorte político e social, e abriu as portas para um elenco de artistas que operam neste registro. Collins sem dúvida é um deles. O que é interessante é a maneira como ele expõe e ao mesmo tempo contorna as questões políticas, captando a vulnerabilidade e a intimidade de indivíduos dentro do contexto social. Esta ambivalência é o que alinha o trabalho dele com o melhor documentário que se produz hoje. As imagens são cortesia da Shady Lane Productions e da Berlin Bienalle.
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