Pierre Cardin e o senso crítico
No Brasil na semana passada, Pierre Cardin recebeu todas as homenagens merecidas durante desfile, palestra e abertura de exposição retrospectiva em São Paulo. Da irretocável alfaiataria dos anos 50, ainda trabalhando para Dior, ele ajudou a inventar o prêt a porter, cunhou o futurismo dos anos 60 e, nas décadas seguintes, emplacou um modelo milionário de negócios baseado no licenciamento de marca. Cardin confunde-se com a história da moda, mas não está morto, como deixou claro ao apresentar coleção para homens e mulheres na última semana de moda de Paris, reforçando as comemorações dos sessenta anos da Pierre Cardin. Então vamos lá, aplaudir e reconhecer a grandeza do passado, de preferência sem fechar os olhos para o presente. A coleção mostrada na semana francesa (parte dela mostrada também aqui) é anêmica e não aponta para nenhum futuro, como aquelas que lhe garantiram lugar fixo no panteão da moda. Isso para dizer o mínimo. Fazer o quê? Todo mundo tem seus maus momentos, e quem se arrisca a continuar fazendo aos 88 anos de idade é porque sabe disso. Complicado é manter o senso crítico em meio ao clima de homenagem, não é mesmo?
A exposição fica aberta até o dia 29 de maio no Shopping Iguatemi, em São Paulo. Imperdível.
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