Submarino

Submarino

18 de setembro de 2011 Arte, No Radar 0

A desolação que ronda a vida dos personagens vai vazar da tela e contaminar você. Isto é tão inevitável quanto é um atestado de qualidade do filme. As imagens são de uma Dinamarca de subúrbios, ruas frias, abrigos para desempregados e ambientes domesticos impessoais. É aí que se desenrola a história de dois irmãos, unidos pelas experiências traumáticas na infância e separados pela vida.

Nick é um alcólatra que divide o tempo entre levantar peso e enxugar litros de bebida.

O outro nem mesmo um nome tem, é viciado em heroína e pai de um menino. Cada tentativa de redenção parece submergí-los ainda mais nos subterrâneos de uma Europa triste, muito distante daquela vendida por cartão postal.


Em 2010 o dinamarquês Thomas Vinterberg, acima,  dirigiu este filme sólido e comovente, sem apelações, apoiado em performances acachapantes dos atores. Com Submarino, ele retomou o fio desenrolado no excelente Festa de Família da década de 90, quando o diretor, junto com Lars Von Trier, colocou em cena os preceitos rígidos do movimento Dogma 95. Nenhum dos dois segue a cartilha espartana, que impunha câmara na mão, luz natural e decretava o fim de qualquer artifício na hora de filmar. Vinterberg, entretanto, preserva intacta a sensibilidade necessária para mergulhar nos dramas familiares e nos guiar, com personagens bem construídos, por narrativas densas como esta de Submarino. Observe como o descompasso entre as duas histórias, um recurso simples, dá potência à trama e prepare-se para experienciar o abandono e se deparar com fragilidade dos afetos frente a indiferença da realidade.

Quando adultos, Jakob Cedergren é Nick, e Peter Plaugborg o irmão sem nome.

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