Bienal do Mercosul: ficção e bijuteria
O mexicano Eduardo Abaroa juntou corrente dourada em metragem suficiente para contornar toda a ilha Bermeja , de 20,6 km, no Golfo do México.
Além do volume no chão, o contorno da ilha aparece desenhado com a mesma corrente em pequenos quadros emoldurados sobre um painel.
A este trabalho, realizado pela primeira vez em Porto Alegre, ele deu o nome de Bijuteria. Acontece que a tal ilha é uma ficção cartográfica, para alguns fruto de um erro cometido no século XVI.
Curiosamente, ela parece mapeada em vários documentos e volta e meia fica no centro de um debate pesado sobre jazidas petrolíferas. Se ela realmente existisse permitira ao México anexar estas supostas zonas ao seu território. É complicado, mas os interesses materiais envolvidos parecm vislumbrar lucro suficiente para bagunçar as fronteiras entre ficção e realidade e, desafiando a lógica, a existência da ilha ainda é tema de discussão até hoje. Adultos e crianças que comparecem aos galpões do Cais do Porto se deixam levar tanto pelo componente imaginário quanto pelo dourado reluzente da corrente depositada sobre o chão.
Imagens Bienal: Cristiano Sant´Anna/Indicefoto.com – Mapa antigo e suposta localização em ilustração recente.
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