A pele que habito

A pele que habito

6 de novembro de 2011 Arte, No Radar 0

No completo domínio da narrativa, e em sequências que alternam sangue, assepsia e voyeurismo de forma suntuosa,  Almodóvar conta uma  história de obsessão de vingança que tem como figura central um cirurgião que realiza experiências ilegais com humanos. Não é apenas porque o filme é um poderoso thriller de suspense, muito bem escrito e encenado, ou que o diretor refine todas suas referências emulando hitchcoks da melhor fase, ou ainda porque ele extraia de Antonio Banderas, Marisa Paredes, Elena Anaya, Jan Cornet, Roberto Álamo e Blanca Suarez interpretações impecáveis que vale a pena vê-lo. 

Com habilidade Almodóvar desmonta todas as possíveis resistências às questões de gênero ao não expor nenhuma delas da maneira habitual ou com os personagens que se espera. À maneira de grandes narradores, como Borges, ele constrói na ausência do problema o melhor discurso sobre ele. Que seja pelo excelente cinema, deliciosamente sombrio na sua elegância kitch de drama de mistério. e sem dúvida é, mas é também pela abordagem ímpar da relatividade do gênero e da sexualidade na definição da identidade, que vale a pena ver A pele que habito. Acima, Helena Anaya.

Marisa Paredes e Roberto Álamo

 

Acima, Jan Cornet. Tem varios cartazes diferentes  em circulação. Veja alguns deles.

O filme é livremente baseado no romance francês Tatântula,  no original, Mygale, de Thierry Jonquet,  publicado em 1984.

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eduardo:

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