Deu branco na moda do Verão 2102/2013
Não é à falta de idéias, mesmo que momentãnea, que quero associar o assunto. Por outro lado, gostaria de contribuir para esclarecer um engano corrente.
Não, definitivamente não se vestia branco absoluto na Grécia antiga. A confusão tem explicação. Têxteis não são como o mármore, sucumbiram à ação do tempo e não tivemos a chance de ver as cores que agradavam atenienses e espartanos. Para agravar a situação, desbotaram-se os afrescos e as tintas que revestiam as esculturas. O resultado é o branco que ficou no imaginário coletivo, perpetuado por um sem fim de representações descoloridas, mas com apelo suficiente para convencer a história visual que temos á disposição. Muitos séculos depois dos gregos e algumas década antes de nós, Madeleine Vionnet ajudou a sedimentar a crença cromática.
Nos anos 30, quem fabricava as imagens era Hollywood e as musas opulentas eram as preferidas. Nada de pretinho básico para parecer mais magra, era o tecido branco que contornava e ampliava as formas generosas de Jean Harlow e outras beldades.
Mais recentemente, nos desfiles Resort que antecipam o Verão 12/13, deu branco outra vez. Lanvin, Ferragamo e Celine são apenas três entre as dezenas de marcas que embarcaram no alvejamento radical da moda da estação.
Sintomáticamente, mesmo as garotas cheias de curvas aderiram sem reservas. Beyoncé. entre elas.
Com a chancela da Vuitton, Kate Moss tornou-se a melhor embaixadora da causa nos desfiles de Verão.
Para ampliar esta conversa aí vai uma seleção de coisas incontornávelmente brancas: O terno do malandro carioca / O orixá Oxalá / O cubo branco da arquitetura moderna / A Apple / A bandeira branca / O esquecimento momentãneo / A pomba da paz / O filme do Kieslowski / O romance de Dostoiewski / A cegueira do Saramago / A melhor louça / O melhor banheiro
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