Vuitton e Jacobs: dois mundos em convergência

Vuitton e Jacobs: dois mundos em convergência

7 de março de 2012 Moda 0

Confesso que acho a maioria das fashion exhibitions frustantes. É complicado driblar um certo ranço de museu de cera que ronda manequins estáticos, congelados no tempo e dispostos em ambientes silenciosos. Marc Jacobs também diz que não é exatamente um fã delas e talvez por isso, ao longo dos processos com a curadora Pamela Golbin, definiu-se um formato de exibição com elementos interativos e animados para a mostra Louis Vuitton  Marc Jacobs, que abre agora, dia 09 de março, e fica até dia 16 de setembro em Paris.

O primeiro andar do Museu de Artes Decorativas é dedicado a Louis Vuitton e explica como sob o Segundo Império ele foi capaz de desenvolver a sua empresa de malas de viagem. A revolução industrial trouxera possibilidades técnicas adequadas para atender um número crescente de aristocratas, burgueses e turistas ricos que começavam a viajar com freqüência e não tinham como transportar o guarda roupa da época. É aí que Vuitton resolve o problema e  entra em cena. O segundo andar explica como Marc Jacobs, protótipo do criador contemporâneo de moda e frequentemente trabalhando associado a artistas, acrescentou um toque pessoal nesse universo de tradições arraigadas.

Golbin, curadora chefe do Museu da Moda e do Tecido do Louvre é uma expert no assunto e já se debruçou sobre pesos pesados como Vionnet, Yves Saint Laurent, Valentino e Balenciaga. Para tratar da Vuitton ela concentrou a mostra no interesse pelo fundador da casa e pelo estilista que, a partir de 1997 construiu, segundo ela mesma, uma casa de moda dentro de uma de luxo. Falar desses dois homens para ela era falar de dois momentos cruciais da história da moda, o primeiro deles associado à industrialização, ainda no séuclo XIX, e o segundo à globalização.

O longo histórico da Vuitton e a impressionante trajetória de Jacobs dentro da casa, um americano que surgiu para o mundo ancorado no grunge e conseguiu levar uma bateria de transgressões para o terreno sagrado da marca de luxo francesa, justificam todos os esforços para essa realização. A exposição mostra como Louis Vuitton e Marc foram capazes de discernir perfeitamente sua época e tirar partido de todas as possibilidades oferecidas. Um livro publicado pela Rizzoli e assinado pela própria Pamela Golbin completa o pacote.

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