O Brasil é um país novo e temos pouca experiência com a moda. As duas afirmações são verdadeiras. Dá para acrescentar outras na mesma linha e examinar um pouco as consequências dessa condição, pois, com período tão curto de exercício das atividades em torno do assunto, não é difícil que elas existam. Muitas são histórias de superação, outras de equívocos da imaturidade dos atores da cena. É por isso, pela pouca idade dela e deles, que na moda brasileira ainda se ouve bobagens em maior medida que se ouve opiniões coerentes. Toda essa preleção é para dizer que segunda feira passada fui ver Costanza Pascolato falar em Porto Alegre. Nada do que disse no início deste texto se aplica no caso dela. Com essa bela figura de atriz de Antonioni, Costanza não é jovem, sabe disso e se diverte com o assunto, embora não tenha os 150 anos de moda que ela alegou, fazendo a platéia rir. No terreno da juventude a qualquer custo só isso já seria algo, mas essa mulher incomum passeia por todos os assuntos, pessoais e do metiê, com discreta ironia, grande propriedade e sem o menor rastro de afetação. Escolada nos descaminhos da profissão ela não se perde  neles, conhece as imbricações da moda com a cultura em geral e não fala do que não sabe. Fico tentado a acreditar que a receita da decantada elegância, a essa altura da vida dela, é apenas uma mistura rara de humildade e bom humor. Costanza falou no Shopping Moinhos, entrevistada pelo Paulo Borges em noite apresentada pela Patricia Parenza e pela Patricia Pontalti, ou  AsPatricias, como todos sabem, ou ainda “por essas duas Valquírias maravilhosas aqui do Sul”, segundo a convidada ilustre.