Fashion Rio: confira o terceiro dia
Vai prá loja? Na sua terceira participação no Fashion Rio, a Ágata cita videoclipe da banda islandesa Sigur Rós como referência e investe em volumes, telas, tramados e zíperes em roupa de modelagem influenciada pelo esportivo.
Na passarela, coletes, shorts e calças encurtadas, com tratamento complexo de superfícies e riqueza de materiais, miram em público jovem e interessado nos possíveis cruzamentos entre conforto e estilo.
Lá como cá: Partindo de uma linha tradicional de porcelana portuguesa, que é pintada à mão, a coleção Nica Kessler desemboca inevitávelmente na estamparia como centro das atenções.
Depois vêm os aspectos hand made, favorecidos pelas rendas. Acima de tudo paira a sombra de coleções internacionais, que já apontavam para a estampa “comestível”, frutas no caso, em parceria com o feito a mão como recursos básicos.
Easy going: Uma volta de skate pela orla do Rio é o que propõe a R.Groove. Como nem só de esportes de rua vivem os rapazes, a alfaiataria entra em cena para não deixar furos na oferta.
O corte simplificado de pijamas tradicionais também entra na receita e explica a supressão de detalhe – quase não se vê abotoamentos, bolsos e outras minúcias de modelagem – o que funcionou bem. É certo que os coqueiros ao por do sol fazem parte da paisagem, mas bem que poderiam descansar um pouco e ceder espaço para outros motivos na estamparia.
Dejà vu chic: A Maria Bonita Extra, sempre uma apresentação esperada, frustou parte da expectativa ao se repetir, voltando com os volumes no quadril e os comprimentos extra curtos. A cartela é muito bonita, os materiais e as silhuetas idem, mas, em termos de desfile, que rolou um dejà vu, rolou.
Equilíbrio no convés: Partindo do livro “A Ilha” de Arturo, da escritora italiana Elsa Morante, e de olho no litoral napolitano, a Coven volta a fazer apresentação balanceada, exibindo frescor autêntico, sem fazer barulho e impondo-se exatamente por isso. Se nada parece complicado, não é menos atual, e o alinhamento aparentemente fácil com o que é de agora faz a roupa soar natural e desejável.
Com gás ou sem? São intrigantes estas marcas de roupas que funcionam como extensão da imagem de outros produtos. Quando a Coca Cola entra na passarela estamos diante de uma ação promocional do refrigerante ou de uma coleção de roupas? A pergunta é frágil, é óbvio que estamos diante das duas coisas e ambas estão no direito delas, mas, nesse ajuste entre uma coisa e outra fico com o meu direito de preservar o desconcerto.
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