Pouco antes do início do desfile, Gloria Coelho conversava com a imprensa no back stage e parecia perfeitamente tranquila. Ao ouvir um comentário sobre essa suposta  tranqulidade ela não se recusou a dizer que toda a coleção havia sido desenvolvida em apenas 20 dias. Podemos tomar a informação como correta, mas é bom não esquecer que é bem mais difícil realizar o fato do que imaginá-lo. De toda forma, se foram dez ou vinte dias, não importa, o que deve ser contabilizado é a a capacidade de desenvolver uma coleção em tempo tão curto sem prejuízo da qualidade. Coisas da experiência adquirida, algo que a estilista tem de sobra.

A construção impecável, unindo partes de tecido em desacordo de pesos, aspectos, espessuras e caimentos, para criar silhuetas torneadas nos ombros e na cintura só confimam isso.

Mais comprometida com a inconfundível assinatura do que com novidades, Gloria operou com o repertório que domina bem, alternando áreas opacas e transparentes e  materiais diferentes para criar as listras horizontais e verticais que sustentam a coleçao.

Uma estampa gráfica reproduzindo os  numeros zero e um, em preto esmaecido pela transparência do tecido, e cristais e metais entremeados na modelagem, são alguns dos recursos empregados movimentar a visualidade de algumas peças e do conjunto predominatemente claro, entre branco e prata, da coleção.

Os pontos de cor foram levados para as meias, para a delicada pelerine translúcida em tom de lilás que aparece na primeira imagem, para o couro bordô e para os sapatos.

As imagens são da Radar Consultoria. Veja mais abaixo.