Fernet é uma bebida amarga, digestiva, e tônica. Para se chegar a ela é preciso macerar com álcool uma combinação de raízes e ervas medicinais. Foi criada em 1845, e o nome vem de um dialeto italiano. Quer dizer ferro limpo. Isso porque a colher de metal usada para fazer a mistura ao final estava polida e brilhante, por conta da ação dos ingredientes. Coca, no caso, não é nem a planta narcótica peruana, nem a droga célebre derivada dela.

Coca é o apelido de Hilda Isabel Gorrindo Sarli, ou Isabel Sarli, ou la Coca Sarli, atriz do cinema erótico argentino que durante quase quatro décadas, de 1950 a 1980, estrelou os filmes do diretor Armando Bo e era figura popular por aqui. Insaciable e La Diosa Virgen são dos anos 70, Éxtasis Tropical, Lujuria Tropical, e La Tentación Desnuda, são dos 60. E vai por aí a filmografia da moça. O que se passa é que La Coca está fazendo 74 anos em 2009, e é a garota propaganda de um lançamento da Fernet na capital argentina. A homenagem é do tamanho da fama da estrela: são 1882 Cocas espalhadas pelos gramados do Planetário de Palermo. (O número é o mesmo do nome da bebida, entendeu?). O fato é que a idéia funcionou, e não há quem passe pela avenida em frente e não fique tentado por La Diosa Impura, ou La Leona, ou La Burrerita de Ypacaraí.