A pele que habito
No completo domínio da narrativa, e em sequências que alternam sangue, assepsia e voyeurismo de forma suntuosa, Almodóvar conta uma história de obsessão de vingança que tem como figura central um cirurgião que realiza experiências ilegais com humanos. Não é apenas porque o filme é um poderoso thriller de suspense, muito bem escrito e encenado, ou que o diretor refine todas suas referências emulando hitchcoks da melhor fase, ou ainda porque ele extraia de Antonio Banderas, Marisa Paredes, Elena Anaya, Jan Cornet, Roberto Álamo e Blanca Suarez interpretações impecáveis que vale a pena vê-lo.
Com habilidade Almodóvar desmonta todas as possíveis resistências às questões de gênero ao não expor nenhuma delas da maneira habitual ou com os personagens que se espera. À maneira de grandes narradores, como Borges, ele constrói na ausência do problema o melhor discurso sobre ele. Que seja pelo excelente cinema, deliciosamente sombrio na sua elegância kitch de drama de mistério. e sem dúvida é, mas é também pela abordagem ímpar da relatividade do gênero e da sexualidade na definição da identidade, que vale a pena ver A pele que habito. Acima, Helena Anaya.
Marisa Paredes e Roberto Álamo
Acima, Jan Cornet. Tem varios cartazes diferentes em circulação. Veja alguns deles.
O filme é livremente baseado no romance francês Tatântula, no original, Mygale, de Thierry Jonquet, publicado em 1984.
Compartilhe a sua opinião!
Seu e-mail não ficara público. Campos requeridos estão marcados com *