Como se sabe, duas vezes ao ano o centro de Paris se torna o lugar dos maiores desfiles de moda do mundo. Paralelamente acontece o Salon d’acessoires de mode, também conhecido como Première Classe Tuileries, onde o universo dos complementos tem o seu espaço e são expostas novidades e alguns caminhos da estação.

Neste seu 20o. ano os destaques ficaram por conta do artesanato e da ênfase na procedência dos materiais e processos de criação – conforme observou Sandy Boutout, do grupo Zalando, “é importante explicar para as pessoas como e onde os projetos são feitos” -, o que comprova a tendência mundial pelo fortalecimento do trabalho das comunidades locais.

Peles de cobra trabalhadas em curtume próprio na fronteira da França com a Suíça pela Manufacture Jean Rousseau; jóias de cerâmica com grafismos animais produzidas na Colômbia pela Mallarino; e a estreia de Nicolas Messina com meias e meias-calças costuradas à mão são apenas alguns exemplos dos mais de 350 criadores presentes na Première Classe Tuileries.

Talvez o resumo perfeito desta edição do Salon esteja nas palavras de Jocelyn Whipple em seu elogio a Antonello – que tem sede em West London e que trabalha com uma casa de tecelões na Sardenha – :”o que eu procuro é a atenção ao acabamento e celebração da arte”. E artesanato tradicional é precisamente isso.

Imagens WWD