A artista carioca Adriana Varejão ficou conhecida pelos quadros feridos, os simulacros de carne brotando da azulejaria portuguesa, como metáforas de exploração colonial e entranhas da própria pintura.

Recentemente, saíram de cena as vísceras expostas sob os delicados fundos azuis para dar lugar a frutos, corpos e seres marinhos, na mesma vertigem barroca de erotismo e alusões narrativas. O novo repertório é servido em enormes pratos, com cerca de um metro e meio de diâmetro. Coincidindo com a nova fase, a Editora Cobogó lançou um livro encorpado sobre a obra da artista, chamado Entre Carnes e Mares. Os textos são do escritor Silviano Santiago, da antropóloga e historiadora Lilia Moritz Schwarcz, do professor-doutor em semiótica e literatura Karl Erik Schollhammer, do crítico Luiz Camillo Osorio e da artista e professora Zalinda Cartaxo. Um lançamento já ocorreu durante a SP-Arte – Feira Internacional de Arte de São Paulo, e agora, dia 11, terça, outro acontece no Rio, às 19 horas na Livraria Travessa do Shopping Leblon.