Hoje, entre as dezenas de coisa que li pela manhã, registrei que Aitor Throup tem uma conversa marcada com Tim Blanks, editor do style.com no Design Museum de Londres, às 19:30. Fosse viável, estaria lá.

O argentino Throup estudou no Royal College e permanece como uma das figuras mais interessantes na cena da moda contemporânea. Como não transita pelo universo feminino do glamour, nem pela esfera do luxo, permanece razoavelmente desconhecido do grande público e uma lenda entre os interessados no caráter projetual da moda.

O fascínio por anatomia, funcionalidade e processo é algo que define o resultado final das roupas que ele desenha, em geral construídas com base no corpo e na dinâmica do movimento. Não é a toa que em um primeiro momento ele seja associado ao design de peças esportivas. De fato, trabalhou com a Umbro por algum tempo, mas ele faz do interesse pela anatomia e pelas articulações entre ela e a roupa algo maior, enveredando por projetos deslocados para o campo da arte. Em janeiro de 2014, Aitor Throup fez a direção criativa do primeiro álbum solo de Damon Albarn, Everyday Robots .A faixa título é acompanhada por um vídeo, que traz um retrato digital de Albarn dirigido por Throup. Ele usou software CGI mostrando scans cranianos reais e técnicas de reconstrução facial para explorar e revelar o processo de construção de um retrato exclusivamente pessoal do artista.

Mas o que recheava a notícia dessa manha era a contratação dele pela marca holandesa de jeans wear G- Star Raw. Throup não é dos que sucateiam o maltratado termo inovação, e esta associação de um criador singular e cerebral com uma marca de grande difusão ainda vai dar o que falar.