Aleksander Ródtchenko e a fotografia
No começo do século XX, uma geração de artistas e intelectuais russos acreditou que era possível mudar o mundo. Práticas artísticas e sociais viveram um daqueles raros momentos históricos em que tudo parece possível e em que elas se equilibram juntas como agentes das transformações. Antes que Stálin cuidasse de estragar a festa, o Construtivismo cresceu e amadureceu e figuras como Ródtchenko promoveram suas próprias revoluções. Na Pinacoteca de São Paulo, uma exposição apresenta o que ele fez com a fotografia. “Nosso dever é experimentar”, dizia ele, e cumpria à risca o que falava.
Ele fez da fotografia uma outra coisa, diferente do que ela era até então. Adotou os planos em diagonal, enveredou pelas montagens gráficas e fez da imagem fotografada o resultado de uma idéia, e não mais apenas uma representação da realidade. Ródtchenko amargou anos de crítica e perseguição na Rússia stalinista.
Ele anotou: “Terei nascido muito cedo, ou tarde demais?”
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