Bienal do Mercosul
Grito e Escuta. Com este nome dramático a Bienal abriu oficialmente seu programa para imprensa e público no dia 17 último, em Porto Alegre. Diferentemente das outras que acontecem no mundo, afogadas na questão essencial do ser ou não ser um formato válido, esta, que já nem é tão pequena, vai ganhando corpo a cada edição. A curadoria-geral é da argentina Victoria Noorthoorn, que tem passagem pelo Moma de Nova York e pelo Malba de Buenos Aires, e do artista chileno Camilo Yáñez. A dupla foi selecionada em um processo aberto que avaliou 67 propostas, vindas de várias partes do mundo. Há outros nomes envolvidos, entre eles está o do brasileiro Arthur Lescher. Com exceção da curadora geral, todos os demais são artistas, o que já levanta alguma questão sobre a condução de curadorias, altamente profissionalizadas durante as últimas décadas. Se realmente existe esta intenção, ou se a Bienal valida um novo modo de pensar grandes exposições, ou ainda se ela se junta às suas irmãs em crise, é um mistério a ser decifrado. O que poderá ser feito a partir de setembro. Enquanto esta data não chega, aí vai uma frase do material de divulgação: “O projeto curatorial encontra seu fundamento conceitual na energia criativa dos artistas que postulam, ao mesmo tempo, uma suspensão reflexiva e uma ação expansiva, como formas de transformar o olhar sobre o entorno da realidade.” Os grifos são do original e a foto é do Prudence Cummings, baixada do www.brooklynmuseum.org. Trata-se da performance Loving Care, de 1993, da artista Janine Antoni, que está no line-up oficial.
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