Cantão recicla as baterias
A Cantão, marca de DNA mais que carioca, chegadíssima no folk tropical, aponta os radares para outra direção. Saem de cena a abordagem pop da artesania e o sotaque hippie chic para dar lugar ao namoro com as artes plásticas. O desfile da marca no Fashion Rio migrou para o Parque Lage, reduto do ensino das artes no país e não foi por acaso. O que pode parecer uma grande guinada na teoria, preserva, pelo menos em plano aberto a mesma visualidade otimista e colorida do passado. O que se passa é que, ainda que a aproximação com a roupa utilitária -grandes bolsos externos, macacões e wellington boots- imponha alguma mudança na silhueta tradiconalmente escorrida, é só de de perto que a coisa é inteiramente outra. Nada de florais miúdos ou grandes, folhagens, água, conchinhas e fundo do mar. O que vale agora são drippings, abstrações geométricas e pinceladas expressionistas. Leia-se Jackson Pollock, Kandinsky e De Kooning, entre outras fontes de energia do panteão das artes. Confira o choque de cultura pictórica e urbanidade da ex Cantão paz e amor.
Barra de vestido da Cantão e pintura dobradinha de De Kooning e Jackson Pollock
Detalhe macacão da Cantão e drippings de Jackson Pollock
Apliques manga Cantão e pintura de Kandinsky. As imagens da Cantão são da Agencia Fotosite.
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