Conheça as esculturas poéticas de Edoardo Tresoldi
Algo na arte é sobre olhar o que está lá e de repente não está mais. Independente de sua constituição, material ou imaterial, é algo que nos arremessa para fora do cotidiano. É nesse limiar, entre o que existe e o que não, que o trabalho do artista italiano Edoardo Tresoldi se assenta: uma tradução poética da impermanência em esculturas de arame em escala real.
O efêmero é tido como a marca dos tempos atuais. Tudo é líquido. Tudo se esvai em um clique, talvez vire memória ou já não tenha mais importância alguma. As coisas devem ser reconfiguradas constantemente para prender nossa atenção. Por isso, há uma qualidade incomum nas obras de Tresoldi: o que você vê é tão importante quanto o que você não vê e esta arquitetura etérea exige ser mentalmente reconstruída em vez de apenas consumida visualmente.
Concebidas como intervenções espaciais e construídas a partir de telas de arame, as esculturas de Tresoldi são projetadas em uma linguagem híbrida de arquétipos clássicos e formas modernistas, na convergência da escultura, da cenografia e da arquitetura. Elas transcendem a corporeidade e entram em diálogo direto com a paisagem e com o expectador.
Desde 2013, o trabalho de Tresoldi concentra-se em instalações específicas em espaços públicos e contextos arqueológicos, bem como em comissões privadas, festivais de arte e música contemporânea e exposições coletivas. O projeto Etherea, para o Coachella Music Festival, foi a maior realizada por ele até hoje. Uma obra pública e efêmera composta por três esculturas inspiradas na arquitetura neoclássica e barroca de formato idêntico, mas em tamanho decrescente.
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