Deco selvagem responde pelo étnico do verão 2013
A mistura parece indigesta? Só parece, pois não é de hoje que ela rege projetos de design, moda e arquitetura, e sempre com bons resultados. Na imagem acima, look Gucci, brincos Marni, carteira Roger Vivier e sandálias Chrissie Morris ainda permanecem dentro do Deco estrito, mas é bom registrar a geometria decorativa para entender o que vem depois.
Nesta seleção, a fusão é clara e já fica difícil separar o quê dessa geometria é tribal ou Deco. O colar é Aurelie Bidermann, a carteira é Lizzie Fortunato, a sandália com plataforma de madeira é Donna Karan e o look que cruza anos 20 e motivos africanos é Alberta Ferretti.
O histórico dessa onda que une Art Deco e elementos tribais variados nos leva de volta ao começo do século XX, quando Picasso adotou as máscaras africanas como princípio de construção do Cubismo. A Art Deco, que tomaria conta da cena cultural pouco depois, incorporou aportes estilísticos da mesma natureza durante todo o tempo em que esteve em pauta. Acima, detalhe do Demoiselles D´Avignon, de Picasso e máscara original africana.
Enquanto referências africanas dominavam o Deco Europeu, no Brasil eram elementos indígenas, particularmente a abstração da cerâmica marajoara que fornecia motivos decorativos para a criação. Acima detalhe do Edifício Acaiaca do início da década de 40, em Belo Horizonte, e cerâmica marajoara.
A coleção de acessórios Balenciaga ilustra com perfeição a junção das duas referências.
Para ampliar o entendimento do que este post promete no título, identificar como pode ser o étnico da estação, aí vai uma proposta da Balmain, com decor francamente tribal, e não mais africano, arranjado à maneira da Art Deco.
Imagens: cortesia das marcas
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